Após uma segunda fase de Brasileirão de decepção, a Portuguesa-RJ dá adeus a sua competição de mais ambição. Agora, o foco será total na Copa Rio, o único campeonato que restou. Com isso, fizemos uma retrospectiva desse primeiro semestre.
Metodologia de contratações equivocadas
Ok, entendo que as chegadas de jogadores “medalhões” como Hernane, Adryan e Rafael Silva são importantes para o marketing e venda de camisas. Entretanto, há uma máxima bem famosa dita pelo João Almirante: “para campeonato de divisão inferior tem que contratar jogadores pescoçudos e operários da bola”. Ou seja, para torneios menos badalados há de se trazer jogadores com gana e que ainda não tenha escrito seu nome no futebol.
Nomes como Lucas Santos e Adryan renderam a altura de seus investimentos? O badalado Adryan quase não entrou em campo com a camisa lusitana. O motivo? Não sabemos.
Decerto, ao final dessa temporada, haverá um grande fluxo de saídas de jogadores. Portanto, esperamos que haja uma releitura nessa metodologia de contratação e que só fiquem jogadores que realmente se comprometam com a pesada camisa da Portuguesa-RJ.
Promessas para um grande ano
2024, como todos já sabem, é o ano em que a Lusa completa 100 anos de existência. A emblemática data deixou a maioria dos torcedores em polvorosos, pois a promessa era de que haveria uma contratação de impacto e que o time conquistaria a tão sonhada vaga na Série C.
Bom, a contratação realmente veio. Após diversas especulações sobre quem seria o camisa 100, Hernane Brocador, jogador ícone do Flamengo, assinou com o clube lusitano. Primeiramente, a expectativa era de que o atacante sobrasse no Carioca e Série D. O que não foi bem assim. Visivelmente sem ritmo de jogo, o atleta não atingiu a demanda que lhe foi posta. O jogador até conseguiu marcar alguns gols, já na reta final de Carioca e Campeonato Nacional, porém a sensação que ficou foi de que poderia render mais. Decepção. Até o dado momento (19/08/2024), Hernane soma 7 gols marcados.
Adeus, Série D.
Já na Série D, esperava-se que a equipe atingisse pelo menos a segunda colocação, afinal, no mesmo grupo, estava o Nova Iguaçu, time que fez uma ótima campanha no Carioca. A equipe terminou a primeira fase em segundo lugar, com 25 pontos, 6 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota. Logo, a campanha na primeira fase não foi ruim, mesmo com o tanto de empates.
Em seguida, na segunda fase, o duelo foi contra o Mixto. A Portuguesa não teve tantos sustos para eliminar a equipe, empatando o primeiro jogo e vencendo o segundo. Porém, nas oitavas de finais, o adversário foi o Maringá, líder geral da competição. A equipe do Paraná, sem dúvidas, é o time mais estruturado da competição. Além disso, atualmente, o clube tornou-se SAF. Sendo gerido por uma administração séria, o clube, nessa temporada, tem como meta arrecadar cerca de 16 milhões de reais.
Infelizmente, a disparidade foi bem desigual nesses dois jogos entre Portuguesa-RJ x Maringá. A equipe paranaense venceu ambos os jogos por 3 a 1. Com isso, a Lusa obteve mais uma decepção e saiu da competição.
Pra cima, treinador
Caio Couto começou a temporada de 2023 com a moral bem elevada, pois, no mesmo ano, tinha sido o treinador responsável por fazer a Lusa ser campeã da Copa Rio. Por sinal, o trabalho do treinador, até então, era convincente. Todavia, no final da temporada Caio deixou a Portuguesa-RJ para ser treinador sub-20 do Fluminense. Porém, em março, o treinador acerta seu retorno à Ilha.
Respaldado pelo seu sucesso no clube, Caio Couto assume a equipe com o time na semifinal da Taça-Rio e na rodada 2 da Copa do Brasil, diante do Cuiabá. Duas decisões logo de cara. E, infelizmente, o time foi eliminado das duas competições. Além disso, o time só ganhou após 6 rodadas. Decepção.
Um dos pontos que a torcida mais pega no pé do treinador é na sua falta de repertório durante os jogos. Muitas das vezes Caio apenas troca seis por meia dúzia. Mesmo com a equipe em desvantagem e possuindo jogadores de poder ofensivo.
Espera-se que haja uma mudança significativa para essa segunda parte do ano.
Chama o VAR!
Por fim, o VAR que, a princípio deveria ajudar, apareceu como uma decepção para a Portuguesa.
No primeiro jogo das oitavas de final, a origem do segundo gol do Maringá era para ser anulado. No ataque anterior da Lusa, um chute a gol foi claramente para fora por ter sido desviado pela defesa do Maringá. O juiz, erradamente, assinalou tiro de meta o que deixou o estádio Luso-Brasileiro todo consternado pois o desvio foi claríssimo. Contudo, o juiz seguiu o jogo e no lance seguinte, gol do Maringá.
Por fim, no último jogo, quando a equipe da Ilha estava em vantagem no placar, o juiz decidiu expulsar o volante João Paulo, após uma bola divida normal de jogo. No entanto, não bastasse esse erro, Diego Guerra, zagueiro da Portuguesa, foi reclamar do lance em questão e também recebeu o cartão vermelho.
Ou seja, com menos 2 atletas foi fácil para o Maringá impor seu ritmo e vencer a partida.
Contudo, ainda há luz no fim do túnel. Uma conquista de Copa-Rio amenizaria, pelo menos um pouco, a dor do torcedor lusitano. Esperamos que haja uma reação e a Lusa retorne às glórias.
